Na noite da última quarta-feira, dia 28 de abril de 2021, às 23h40 a cidade do Rio de Janeiro entrou em estágio de atenção nível 3, numa escala de 1 a 5, devido a ocorrência de chuva, e a população foi alertada que estavam em área de risco pelo acionamento de 10 sirenes de emergência em comunidades.
Chuvas fortes que ocorreram entre a noite e madrugada atingiram acumulados entre 60 e 110mm em diversos pontos da cidade e segundo a defesa civil, provocou diversos pontos de alagamento e deslizamento de terra na comunidade Pavão-Pavãozinho, deixando alguns imóveis interditados e famílias desalojadas. No registro de Copacabana, por exemplo, o acumulado de chuva em 24h representa 59.35% do acumulado no mês de abril.
A chuva foi causada pela combinação de dois fatores que fortaleceram a convecção local, a passagem de uma frente fria na costa do sudeste e o fluxo de umidade do oceano para o continente. Durante a quinta-feira, apesar de não ocorrer mais precipitação significativa na cidade, os alertas de chuva e deslizamentos continuaram ativos.
E por que os alertas são mantidos mesmo sem a ocorrência de chuva?
Quando em uma região há ocorrência de precipitação de forma contínua ou vem ocorrendo com alta frequência, o solo já está encharcado e o sistema de drenagem já está operando. Nessa situação, ocorrência de chuva mesmo que em pouca intensidade podem levar a deslizamentos e inundações, principalmente em regiões com topografia acentuada.
No caso da cidade do Rio de Janeiro, onde a Serra do Mar é muito próxima da costa, o relevo também pode auxiliar na intensificação da chuva, ocorrendo em volumes expressivos em curto intervalo de tempo.
Outro fator muito importante é o crescimento das cidades, ocupação de vertentes de morros, construções em solo fragilizado e impermeabilização do solo que intensificam o escoamento superficial da água e reduzem a absorção de água pelo solo, potencializando o risco de inundação e deslizamento em regiões habitadas.
Os alertas de risco associados a eventos meteorológicos, de forma geral, levam em conta o risco a quem está sendo divulgada a informação, sendo considerados diversos fatores durante esta decisão. Portanto, não necessariamente os alertas são retirados quando a chance de chuva for reduzida.
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